Localização e Acessibilidades
Situada entre Bata e Mongomo – capital administrativa da província de Wele‐Nzas, Djibloho será implantada a cerca de 20 quilómetros do novo aeroporto de Mongomeyen, sendo servida por vias de acesso estruturantes à escala nacional.
Análise e Caracterização da Situação de Referência
Djibloho é sobretudo caracterizada quer pela densa floresta equatorial que a envolve, quer pela forte presença do rio Wele que a atravessa.
Conceito
O conceito na origem do planeamento territorial da nova cidade resulta da fusão do rio – como elemento orgânico, com a retícula ortogonal apresentada pela rede de infraestruturas viárias, actualmente em curso.
Proposta
Este conceito traduz‐se fundamentalmente numa forte presença da Estrutura Verde reflectida no Plano apresentado, quer pelo aproveitamento e preservação das linhas de água existentes ao longo das quais se situam os principais equipamentos e espaços verdes de recreio e lazer (Parques Urbanos, Cemitérios, Jardim Zoológico, Jardim Botânico, Parques Desportivos e Golfe), quer pela forte presença da vegetação em toda a cidade. Com uma área total de cerca de 8150 hectares, Djibloho apresenta uma morfologia urbana ortogonal (resultante da rentabilização das infraestruturas existentes), constituída por uma rede viária arterial que permite o estabelecimento de ligações com o exterior da cidade.
A nível de usos urbanos, Djibloho é constituída por quatro grandes eixos estruturantes ao longo dos quais se concentra uma maior diversidade de actividades. Com 81 metros de largura e 3629 metros de extensão, a Av. da Justiça, inspirada nos Campos Elísios, assume‐se como o principal Eixo da Vida Urbana, culminando no Palácio Presidencial. Este é o coração da capital, onde se integram uma série de edifícios, com cerca de 6 pisos, destinados a escritórios, serviços, comércio, equipamentos e habitação, em resposta às mais diversas actividades urbanas. Como cenário de fundo deste grande eixo da Justiça, surge a Catedral, à qual se acede através de um funicular. Paralelamente a este eixo, junto ao rio Wele, situa‐se o Eixo da Natureza, contemplando uma série de equipamentos de cultura e lazer, estrategicamente colocados de modo tirar o melhor partido dos elementos naturais – com especial destaque para a área da lagoa prevista, resultante do alargamento do rio.
Embora todo o Plano contemple a multifuncionalidade dos espaços, é constituído por zonas especializadas nas quais determinadas funções ou usos são predominantes.
A Zona Administrativa é constituída pelo Palácio Presidencial e pela Guarda Presidencial, assim como pelos Ministérios, Parlamento e Tribunal Supremo, situados no culminar da Av. da Paz, enquadrando um amplo espaço verde. Contígua a esta, situa‐se a Zona das Embaixadas.
Como organização das áreas residenciais, encontram‐se propostas três zonas distintas destinadas fundamentalmente a habitação de Renda Alta, Média e Baixa.
A Zona Habitacional de Renda Alta situa‐se sobretudo na privilegiada zona ribeirinha, envolvida por amplos verdes.
A Zona Habitacional de Renda Média encontra‐se, fundamentalmente, localizada no centro da cidade e a sul da área de intervenção, junto à Zona Agrícola. Esta última tem a particularidade de incluir pequenas hortas de subsistência.
Quanto à Zona Habitacional de Renda Baixa, encontra‐se na proximidade das Zonas Industriais / Pólo Tecnológico, situadas quer a Nordeste, quer a Sudoeste do Plano.
Estas Zona Habitacionais previstas proporcionam condições ao estabelecimento de Unidades de Bairro, dada a diversidade de usos que as compõem, desde comércio e serviços aos mais variados equipamentos – nomeadamente de Saúde, Segurança,Desportivos, Educação, Cultura ou Religiosos.
No intuito de reforçar e respeitar a tradição e a natureza do povo da Guiné Equatorial, em cada quarteirão são propostos espaços públicos, predominantemente verdes, de estar e lazer.
A nova capital verá nascer um Pólo Universitário com portas abertas para o conhecimento. Beneficiando da proximidade a este, encontra‐se prevista a localização de um Pólo Tecnológico com capacidade de tornar Djibloho o novo centro empresarial em África.
Com a finalidade de garantir o fornecimento energético que uma infra‐estrutura desta natureza e dimensão necessita, encontra‐se prevista uma grande Central Fotovoltaica, com uma produção anual de 156 GWh, a par de uma Barragem a localizar a cerca de 30 quilómetros a jusante do rio Wele – dado ser o local que melhores condições para tal oferece. Reforçando a preocupação com a energia – e respondendo ao desafio das energias renováveis, prevê‐se a instalação de painéis fotovoltaicos em vários edifícios da cidade.
Prevê‐se ainda a localização de estações quer para tratamento de águas residuais, quer para tratamento de água para consumo, quer ainda para tratamento de resíduos sólidos. Destaque‐se ainda que a organização territorial de Djibloho permite a construção de um Circuito de Fórmula Um que funcionará como grande atractivo a nível de desenvolvimento turístico.
Novas Centralidades e Pontos a Destacar
A estrutura da cidade apresenta uma rede de novas centralidades que abarcam áreas tão vastas quanto a cultural, turística, religiosa, administrativa, educacional, desportiva, da saúde, do comércio ou do lazer, sempre tendo em conta a utilização e preservação da génese orgânica do local: o rio, as linhas de água e vegetação que a envolve e que nela penetra.
Vale pois a pena observar mais de perto alguns dos pontos de referência, que conferem a Djibloho a identidade e pujança que esta cidade merece.
Engenharia – prevenção de situação de cheias
Dadas as características climatéricas do local e a proximidade da cidade ao rio Wele, são apresentadas possíveis medidas de protecção a implementar em situação de precipitação elevada, as quais deverão ser alvo de estudo aprofundado.
A criação de bacias de retenção através do alargamento das margens, assim como a elevação das mesmas através de acções de pontual modelação do terreno;
A protecção e salvaguarda do coberto vegetal ao longo das margens do rio, evitando a sua erosão;
A protecção e salvaguarda da área adjacente às linhas de água, garantindo a permeabilidade das mesmas, através de espaços verdes.
Construção de uma barragem permitindo equilibrar e suster de forma permanente o nível das águas.
Construção de um canal para desvio da água em excesso, em situação de precipitação elevada.
Imagens e filme: Arqui 300